Apesar da venda por atacado ser um negócio extremamente antigo – tal qual o varejo –, as lojas atacadistas surgiram nos EUA na década de 70, quando a rede Walmart lançou o formato. No Brasil, o formato foi inaugurado pela rede holandesa Makro e em seguida novos players foram surgindo, como o Atacadão, do grupo Carrefour, e o Assaí que mais tarde passou a fazer parte do grupo Pão de Açúcar (recentemente passou a operar sozinho, como controlada direta do grupo Casino). O Maxxi, que fazia parte do grupo Walmart, posteriormente foi adquirido pelo grupo Big, e será integrado ao grupo Carrefour, dono do Atacadão.
O formato surgiu no Brasil com posicionamento de preço baixo e foco em atender o público PJ (pessoa jurídica), que inclui o revendedor (mercearias, minimercados e padarias), o transformador (restaurantes, pizzarias e lanchonetes) e o utilizador (escolas, instituições religiosas, hotéis, entre outros).
Contudo, veio a crise de 2008 e o público PF (pessoa física) passou a economizar e procurar preços mais baixos, então o atacado ganhou força em relação a hipermercados e supermercados. Com esse movimento do consumidor final passando a comprar diretamente nos atacados, houve uma transformação do formato, que passou a ser conhecido como atacarejo. A partir de então passou a atender o público de atacado e de varejo, com precificação diferenciada para cada um deles, e ainda assim com percepção de preço médio inferior ao dos supermercados e hipermercados aos olhos do consumidor final.
O aumento da participação do público pessoa física no formato levou alguns players a realizarem melhorias e adaptações que trouxeram comodidades como estacionamento coberto, melhor iluminação, ar-condicionado e wi-fi, além do aumento do sortimento – em alguns casos, inclusive, com a adição de serviços de padaria, peixaria e açougue.
Vale ressaltar que mesmo com esse investimento adicional para transformar as lojas em ambientes mais adequados ao público PF, as Companhias sempre prezaram por manter baixa a estrutura de custos e despesas, uma vez que este é o fator crucial para o modelo se manter rentável, e manter seu diferencial de preços baixos.
Se em 2016 o formato atacarejo tinha uma penetração nos lares brasileiros de 46%, hoje essa participação já passa dos 60%, com base nos dados da Nielsen. Em épocas de crise, com a busca ainda maior por preços mais baixos, o formato historicamente performou muito bem, atraindo novos clientes. No momento em que estes clientes experimentam o atacarejo, e tem percepção de preço em torno de 15% a 20% inferior aos supermercados e hipermercados, acabam sendo fidelizados.
Sendo assim, o formato vem crescendo cada vez mais, atingindo classes sociais mais altas que passam a comprar produtos de categorias básicas como arroz, feijão, produtos de limpeza, higiene e beleza.
Hoje a participação das classes A+B na receita de alguns players de mercado, já representam em torno de 45%.
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