Evoluímos pouco em relação à questão dos precatórios e Auxílio Brasil, ainda que a PEC tenha sido aprovada na Câmara dos Deputados. Resistências no Senado provavelmente mudarão – para melhor – o projeto que havia saído da Câmara. Parece um mero detalhe, mas é a grande questão deste segundo semestre, pois tal PEC determinará o arcabouço fiscal para 2022.
Merece destaque a safra de resultados do 3T21, em especial das empresas que temos no portfolio, principalmente as varejistas. Várias já mostraram vendas muito superiores àquelas do 3T19 – da ordem de 40% a 60% acima – respaldando nossa tese de que as mais preparadas ganhariam expressiva participação de mercado na saída da crise. Também ajuda muito o fato de serem empresas voltadas às classes mais favorecidas, com pouca restrição orçamentária. O avanço da vacinação mostrou que a abertura da economia seria sim um grande evento para essas empresas, ainda em fase de maturação. Os preços das ações, no entanto, não evoluíram como os resultados das empresas. Teria o mercado antecipado todo este movimento? Não nos parece. Mais provável que a crise política, arrastada desde o início de setembro, com resgates vigorosos da indústria de fundos – ações e multimercados – tenham desempenhado um papel relevante nesta formação de preços. Evidente que a elevação dos juros também tem papel bastante importante nisso, mas é um movimento passageiro caso mantenhamos algum grau de disciplina fiscal.
Continuamos o processo de simplificação da nossa carteira, com posições mais concentradas em determinados nomes e setores. Temos aproximadamente 30% da carteira no varejo (em especial varejistas de alta renda), 33% em commodities (menos minério de ferro), 17% em consumo – incluindo locadoras de veículos – e 7% em financeiras não bancárias, além de 6% no setor elétrico, 6% no exterior (ETFs) e 4,5% em índice local.
Do lado do fluxo, vimos os estrangeiros como destaque positivo, tendo alocado R$ 1,5 bilhão nesta primeira quinzena (acumulando R$ 56 bilhões no ano de saldo positivo). Acreditamos que o mercado deva fazer uma boa correção para cima tão logo os fatores políticos deixem de ser uma ameaça; mais à frente deveremos ter postura mais defensiva no portfolio do fundo.
Nossa cota subiu 3,8% na primeira quinzena deste mês, acumulando queda de 18,8% no ano. Na primeira quinzena de novembro as contribuições relevantes foram: varejo +3,9 pontos na cota, commodities +1,1 ponto e consumo +0,3 ponto. Estamos comprados em 99,5% do PL e com exposição bruta da ordem de 145%.