Quick Note – Janeiro 2022


O recesso do Congresso e do Judiciário são em geral períodos de calmaria para o mercado, ainda mais neste cenário de fim de governo, quando há em geral pautas fiscalmente negativas. Ainda assim, o governo conseguiu fabricar a crise dos reajustes do funcionalismo, que está longe de terminar e, de alguma maneira, mostra a completa falta de articulação do governo.

O mercado continuou no início do ano o movimento de queda de dezembro, mas recuperou-se com força depois do dia 5/jan, subindo então 6% para fechar a quinzena com valorização de 2%. Do lado do fluxo, tivemos os estrangeiros com compras da ordem de R$ 10 bilhões, enquanto os institucionais locais foram vendedores de cerca de R$ 10 bilhões. Os fundos de ações tiveram resgates de R$ 2,2 bilhões (até 11/jan), movimento que segue desde o ano passado. As ações dos setores domésticos são as que mais sofrem com este movimento, que em nossa opinião ainda continua por algum tempo; juros mais elevados tornam mais atraente a renda fixa, em especial as aplicações em juros pré-fixados.

Acreditamos que algumas ações já estejam em preços atraentes para compra, mas preferimos esperar alguns eventos que são bastante relevantes, ainda que esperados:

(i) aumento de juros nos EUA – qual a magnitude e velocidade?

(ii) cenário político doméstico ainda indefinido, ainda sem compromissos dos candidatos com planos para o equilíbrio fiscal

(iii) continuação dos resgates com consequente pressão nos preços de ações de baixa liquidez

(iv) revisão das projeções de lucros para as empresas domésticas a partir dos resultaddos 1T22


Viemos ajustando nosso portfolio para um 2022 mais difícil, com o aumento das posições em empresas exportadoras, em especial de commodities (+de 50% do PL do fundo), e redução no varejo (menos de 10% do PL). Temos também posição em bancos e seguradoras (13%) e índice (10%), além de algumas pequenas posições em outras empresas. Terminamos a primieira metade do mês comprados em 95% do PL, depois de termos estado a 85% no início do mês.

Nossa cota caiu 2,2% na primeira quinzena deste mês, com as seguintes contribuições principais: commodities +3,5 pontos na cota, varejo -2,3 ptos, consumo -0,7 pto e posições no exterior -0,5 pto.